terça-feira, 5 de julho de 2011
Ser louco é ser são.
Segue um dos melhores textos de Osho.
O mundo tem conhecido pessoas tão bonitas, tão loucas! Na verdade, todas as grandes pessoas do mundo foram um pouco loucas –aos olhos da multidão. Suas loucuras tiveram expressão porque elas não eram miseráveis, elas não estavam ansiosas, elas não tinham medo da morte, elas não estavam preocupadas com o trivial. Elas estavam vivendo cada momento com totalidade e intensidade e, por causa desta totalidade, dessa intensidade, suas vidas s tornaram uma linda flor – elas estavam cheias de fragrância, de amor, de vida e de riso.
Mas isso certamente fere milhões de pessoas que estão ao seu redor. Elas não podem aceitar a idéia de que você tenha alcançado alguma coisa que elas perderam; elas tentarão, de todas as maneiras, torná-lo infeliz. A condenação delas nada mais é do que um esforço para torná-lo infeliz, para destruir a sua dança, tirar a sua alegria – de medo que você possa voltar ao rebanho.
É preciso reunir coragem e, se as pessoas disserem que você está louco, divirta-se com a idéia. Diga a elas: “você está certo, neste mundo somente pessoas loucas podem ser alegres e felizes”. Eu optei pela loucura juntamente com a alegria, com o êxtase, com a dança; você optou pela sanidade com angústia, como inferno – nossas opções são diferentes. Continue são e permaneça miserável; deixe-me só na minha loucura. Não se sinta ofendido. Eu não estou me sentindo ofendido por todos vocês- tantas pessoas sãs, equilibradas no mundo e eu não estou me sentindo ofendido.
É apenas uma questão de pouco tempo... Breve, uma vez que elas o tenham aceito como louco, elas não o perturbarão mais; então você pode se revelar a plena luz com seu ser original – você pode abandonar todas as suas falsidades.
Toda a nossa educação gera uma divisão em nossa mente. Temos de mostrar uma face para a sociedade, para a multidão, para o mundo- não será necessariamente a sua face real; na verdade, não pode ser a sua face verdadeira. Você tem demonstrar a face que as pessoas gostam, que as pessoas apreciam, que será aceita por elas – suas ideologias, suas tradições – e você tem de reter, para si mesmo, sua face original.
Esta divisão se torna quase intransponível; porque a maior parte do tempo você está no meio da multidão, encontrando pessoas, relacionando-se com pessoas- muito raramente você está só. Naturalmente, a máscara se torna mais e mais parte de você, mais do que a sua verdadeira natureza.
E a sociedade cria medo em todo mundo – o medo da rejeição, o medo que alguém possa rir de você, o medo de perder a sua respeitabilidade, o medo do que as pessoas irão dizer. Você tem de se ajustar a todo tipo de pessoas cegas e inconscientes, você não pode ser você mesmo. Essa é a nossa tradição básica, até agora no mundo inteiro: ninguém tem a permissão para ser ele mesmo.
No momento em que o outro está presente, você está menos preocupado consigo mesmo; você está preocupado com a opinião do outro a seu respeito.
Quando você está só no seu banheiro, você se torna uma criança- às vezes, você faz caretas diante do espelho. Mas, se de repente, você se dá conta de que alguém, até mesmo uma criança pequena, está olhando pelo buraco da fechadura, você imediatamente muda; você volta para sua velha personalidade de sempre – você fica sério, sóbrio, como as pessoas esperam que você seja.
E a coisa mais impressionante é que você tem medo delas, e elas tem medo de você; todos temem a todos. Ninguém está permitindo que seus sentimentos, sua realidade, sua autenticidade se expressem- e todos desejam isso, porque é um ato suicida,continuar reprimindo sua face original.
Sua responsabilidade é apenas com seu próprio ser.não vá contra ele,porque ir contra ele é cometer suicídio,é destruir a si mesmo. E qualo benefício? Mesmo que as pessoas o respeitem, e achem que você é um homem muito sensato, honrado, ilustre, essas coisas não vão nutrir o seu ser. Elas não lhe darão nenhum insight sobre a vida e sua tremenda beleza.
Você está só no mundo: você veio ao mundo só, você está aqui só, e você deixará este mundo só. Todas as opiniões alheias ficarão para trás; somente seus sentimentos originais, as suas experiências autenticas acompanharão você até mesmo além da morte.
Nem mesmo a morte pode tirar a sua dança, as suas lágrimas de alegria, a beleza do seu estar só, o seu silêncio, a sua serenidade, o seu êxtase. Aquilo que a morte não pode tirar de você é seu único tesouro verdadeiro; e aquilo que pode ser tirado por qualquer um não é tesouro – você está simplesmente sendo enganado.
A sua preocupação exclusiva deveria ser cuidar e proteger aquelas qualidades que você pode levar consigo quando a morte destruir seu corpo, a sua mente- porque essas qualidades serão seus únicos companheiros. Elas são os únicos valores verdadeiros; e as pessoas que as alcançam, somente estas vivem; as outras fingem viver.
Obs: fui presenteado com este texto do Osho pela Amiga Izabel, em março de 1997. É um texto que oferto com freqüência a meus clientes e amigos. É uma das minhas leituras de cabeceira (Vida, Amor, Riso – Osho – Editora Gente – sexta Edição).
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