segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Cura - o que nos ensinam as crianças.
Artigo : Cura – o que nos ensinam as Crianças por Patricia Norris PhD- Diretora clinica do Centro de Biofeedback e Psicofisiologia da Clinica Menninger em Topeka,no Kansas .
Patrícia diz que observando crianças em seu trabalho pessoal, passou a se interessar pelos fatores pessoais e significativos da cena e pelas formas de mobilizá-las. A criança tem grande capacidade de participar do processo de cura e aprender a auto-regulação, elas são capazes de aquecer prontamente as mãos(intensificando-lhes o fluxo sanguíneo) apenas através do pensamento.
As crianças naturalmente abertas, confiantes, entusiastas, livres de julgamento e prontas para prender, podem servir de exemplo quanto ao modo de se abordar a cura.
Há uma pronta disposição para a transformação, elas estão abertas ao aprendizado e esperam se capazes de realizar aquilo que se propõe a fazer.
Se você lhes diz que podem fazer determinada coisa, elas não questionam. Se você lhe diz que elas podem aquecer as mãos, que podem enviar mais sangue até as pontas dos dedos, ou que podem enviar glóbulos brancos para combater seus tumores, elas dizem: “tudo bem”, e o fazem, as duas tarefas são iguais.
Aprendi muito com meus pacientes, diz Patrícia, todos são meus professores – Garret uma criança que sofria de tumor cerebral, aprendeu a aquecer as mãos, em seguida os pés e depois qualquer parte do corpo que voltava a atenção. Aprendeu razoavelmente bem o controle de batimentos cardíacos, além de conseguir um excelente controle de sua resposta eletro dérmica. Vendo que podia enviara sangue para qualquer parte do corpo que desejasse, não foi difícil acreditar que poderia também enviar glóbulos brancos para intervir na ação do sistema imunológico.
A capacidade auto-reguladora pode manter a criança num bom equilíbrio para enfrentar tratamentos penosos. Quando ela consegue sentir-se um participante de sua própria cura, encontrando um meio de minorar alguns de seus desconfortos e ansiedade, os resultados podem ser profundamente positivos.
A criança tem a capacidade de aceitar sua própria força e responsabilidade livres de rancores ou de culpa. As crianças concordam em aprender a trabalhar para seu bem estar com a mesma ausência de culpa que teriam se estivessem aprendendo a escrever ou falar.
Do ponto de vista do desenvolvimento, as crianças se encontram num estado de grande integração entre os processos conscientes e inconscientes. Esse é um dos fatores responsáveis pela sua facilidade de aprender. O aprendizado ocorre em diversos níveis de consciência ao mesmo tempo.
Diversas crianças com que trabalhei já haviam passado por experiências fora do corpo, que viram com naturalidade. Elas não se preocupam em saber se determinada experiência está em conflito com algum sistema de idéias. Garret me disse: “meu corpo interior saí durante a noite e fica flutuando pela sala de star”. Mais tarde quando eu e ele conversávamos, e eu quis me referir a seu eu mais permanente, falei: “sabe Garret, é assim como seu corpo interior...” ele me encarou seriamente e disse: “ esse meu verdadeiro eu, você sabe.” Fiquei bastante surpresa; ele provavelmente estava falando a partir de uma profunda região de sabedoria.
As crianças também enfrentam a morte de maneira mais simples e natural do que os adultos. Percebo que essa capacidade é importante para o processo de cura. Chegar a um acordo com a morte pode ser benéfico para todos. Uma abertura para a possibilidade da morte ajuda as crianças a entrar no processo de cura como numa aventura, vendo sua melhora como uma possibilidade, mas não como o único resultado necessário para que haja cura. É importante que os pacientes sintam que a morte não é uma inimiga. As crianças se aproximam ou se afastam da morte com facilidade. Elas possuem uma capacidade natural de viver no presente, de “estar aqui e agora”, de existir tranquilamente num estado de ser que os adultos precisam muitas vezes se esforçar muito para reaprender, através da meditação, da terapia,ou de algum outro esforço consciente.
Outro fator que contribui para a cura das pessoas é ser prestativo. Percebo nas crianças uma empatia natural; elas querem ajudar umas as outras. Contam com a capacidade de serem imparciais consigo mesmo e com os outros, como que vivendo em ambas as partes do preceito – amar aos como a si mesmo e a si mesmo como aos outros.
Obviamente o terapeuta precisa acreditar no potencial do paciente de curar a si mesmo. A confiança de que aquilo que se está tentando alcançar é possível, mesmo que não seja uma certeza, é fundamental. As crenças negativas e as dúvidas sobre si mesmo impõe limitações desnecessárias. Uma expectativa positiva, ao lado de experiências positivas de controle, elimina a dúvida. Essas experiências se apresentam com facilidade nas crianças.
A cura é um fator natural para nosso corpo. A aspiração de nos aprimorarmos, de perseguimos constantemente um objetivo maior, é exemplificada pelas crianças. E está disponível a todos nós se estivermos dispostos a reconquistar as forças que formam o nosso legado natural – o nosso potencial de bem estar, de escolha, de auto-cura, de auto-direcionamento e de autodomínio.
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