Holismo, Ecologia e Espiritualidade – Caminhos de uma Gestalt plena – Jorge Ponciano Ribeiro.
Embora as ciências modernas insistam em se subdividir em infindas especializações na presunção de que, cada vez mais divididas, poderão ser mais bem explicadas,ocorre, entretanto, que quanto mais se subdividem mais vai ficando claro que sua compreensibilidade depende de certo philum que as une uma a outra, como o próton que vem do átomo que vem da molécula que vem da célula, num eterno retorno a origem primeira de tudo. A parte, isolada do todo, nada é: um ponteiro de relógio sem relógio, um pé de cadeira sem cadeira, um coração sem corpo que o faça pulsar nada significam, porque é a totalidade que dá sentido as partes, e não o contrário. A totalidade é a guardiã do sentido das coisas. É ela que explicita as partes e lhes dá sentido. Quando dizemos “partes”, não estamos falando apenas de algo fisicamente presente, pois uma totalidade menor, por exemplo este homem, é parte de uma totalidade maior, a humanidade. Assim, podemos concebe a realidade como uma rede interminável de todos-partes formando o Universo.
Desaprendemos ou talvez nunca tenhamos aprendido a nos olhar e, mais que isso, a nos experenciar como partes vitais, criadoras de outras totalidades. Cortamos uma arvore sem omenor remorso, jogamos lixo na rua sem nenhum escrúpulo, como se a árvore ou a rua fossem parte de uma totalidade à qual não pertencemos. Não estamos vivendo o sentido de pertencimento, isto é, que pertencemos à rua e à árvore como elas nos pertencem e, ainda que não o percebamos, estamos em íntima relação com todas as coisas do e no Universo.
“...não estamos aqui ao acaso, mas nascemos da Terra e com ela formamos uma Unidade da qual temos de tomar conta”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário