quinta-feira, 15 de novembro de 2012

OS PRINCIPIOS HERMÉTICOS.




OS PRINCÍPIOS HERMÉTICOS 

“Os lábios da Sabedoria estão fechados, exceto aos ouvidos do Entendimento.”

                                                                                  


Os preceitos fundamentais esotéricos e ocultos que têm influenciado as filosofias de todos os povos, por milhares de anos, são provenientes do Egito. Foi por intermédio dos vastos conhecimentos ministrados nos Templos do Egito que vários Neófitos se tornaram Hierofantes, Mestres e Adeptos e em seguida espalharam esses conhecimentos por todas as partes da terra.


Entre os Grandes Mestres do antigo Egito, Hermes Trismegisto foi considerado o Mestre dos Mestres. Supõe-se que Hermes viveu pelo ano 2.700 antes de Cristo e, segundo algumas tradições judaicas, Abraão adquiriu parte dos seus conhecimentos místicos do próprio Hermes, do qual foi contemporâneo. Hermes foi o pai da Ciência Oculta, o fundador da Astrologia, o descobridor da Alquimia.


Depois de muitos anos da sua partida deste plano de existência os egípcios deificaram Hermes, sob o nome de Thoth. Posteriormente também o denominaram  Hermes, o Deus da Sabedoria”. Juntaram-lhe o título “Trismegisto”, que significa o três vezes grande, o grande entre os grandes.

O termo “hermético”, ainda muito empregado atualmente com o sentido de secreto, fechado, tem sua origem no princípio do segredo nos seus preceitos, que os discípulos de Hermes sempre observavam. Embora os Preceitos herméticos estejam espalhados em todos os países e religiões, não pertencem a nenhuma seita religiosa particular. Isto devido às advertências feitas pelos antigos instrutores para que a Doutrina Secreta não fosse cristalizada em um credo.

Mesmo estando em toda parte, foi propositalmente velada com termos de alquimia e astrologia, de modo que só os que possuem a chave podem-na ler bem.

Nos primeiros tempos existiu uma coleção de máximas, preceitos e axiomas das Doutrinas básicas do Hermetismo, conhecida sob o nome de “Caibalion”, que era transmitida de mestre a discípulo. Estes preceitos, não inteligíveis aos profanos, constituíam os princípios básicos da Arte da Alquimia Hermética que baseia-se no domínio das Forças Mentais, na transmutação das vibrações mentais e não na mudança de uma espécie de metal em outra, contrariamente ao que geralmente se crê sobre alquimia. As lendas sobre transformação de metal em ouro eram alegorias da Filosofia hermética perfeitamente entendidas por seus estudantes.

OS SETE PRINCÍPIOS HERMÉTICOS-São Sete Princípios em que se baseia toda a Filosofia hermética:
I      O Princípio de Mentalismo.
II     O Princípio de Correspondência
III    O Princípio de Vibração 

IV    O Princípio de Polaridade

V     O Princípio de Ritmo

VI    O Princípio de Causa e Efeito 

VII –  O Princípio de Gênero
 

I - O PRINCÍPIO DO MENTALISMO - “O TODO é MENTE; o Universo é mental” 

Segundo este Princípio, Tudo é Mente. Explica que O TODO (a Realidade substancial, que está oculta em todas as manifestações do Universo Material, fenômenos da vida, matéria, energia) é Espírito,  mas pode ser considerado como uma MENTE VIVENTE INFINITA e UNIVERSAL.

Este Princípio ensina que todo o universo é uma Criação Mental do TODO, sujeita às Leis das Coisas criadas e que o universo como um todo tem sua existência na mente do TODO. É na mente do TODO que vivemos, movemos e temos nossa existência.

“O TODO é mente vivente infinita. Os iluminados O chamam Espírito”.

“O TODO cria o universo mentalmente, do mesmo modo que o homem cria suas imagens mentais”.

No plano humano, a criação em pensamento equivale à imaginação de algo inusitado. Imaginação significa uma imagem em ação, ou ação de uma imagem, criada na mente. Mesmo em relação ao microcosmo representado pela mente humana, para tudo o que se consegue criar mentalmente existe a possibilidade da criação objetiva.  

II - O PRINCÍPIO DA CORRESPONDÊNCIA 

“O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está   embaixo é como o que está em cima”   

Este princípio expressa a existência da correspondência entre as leis e os fenômenos dos diversos planos da existência e da vida. É análogo e correspondente, mas não igual, nem semelhante, porque o sutil não é igual ao físico, volátil não é igual ao fixo, matéria não é igual ao espírito. O perfeito entendimento deste Princípio possibilita ao ser humano compreender muitos paradoxos obscuros e segredos da Natureza, mesmo em relação aos planos que estão fora dos nossos conhecimentos, que de outro modo nos seria impossível compreender.

Segundo a Cosmogênese, existem 7 Planos Cósmicos, que correspondem aos 7 Estados de Consciência.

Os antigos Hermetistas consideravam este Princípio um importante instrumento mental, por meio do qual o homem pode compreender além dos obstáculos, que encobrem à vista, aquilo que é Desconhecido. Possibilita ao homem raciocinar inteligentemente do Conhecido ao Desconhecido, por intermédio da analogia existente entre ambos. 

III – O PRINCÍPIO DA VIBRAÇÃO - “Nada está parado; tudo se move; tudo vibra.”  

Este princípio expressa que tudo está em movimento: tudo vibra; nada está parado. Segundo este Princípio, as diferenças entre as diversas manifestações de matéria, energia, mente e espírito, resultam das ordens variáveis de vibração.

Desde o Todo, que é “puro Espírito”, até a forma mais grosseira de matéria, tudo está em vibração; quanto mais elevada for a vibração, tanto mais elevada será a posição na escala. No universo manifestado, em seu plano mais elevado (plano do Espírito) a vibração é de uma intensidade e rapidez infinitas. Na extremidade inferior da escala (das grosseiras formas de matéria) as vibrações são tão vagarosas que parecem estar paradas. Entre esses polos existem milhões e milhões de graus diferentes de vibração.

No ser humano, cada pensamento, emoção, tem sua intensidade de vibração. O entendimento dos processos vibracionais pode possibilitar à pessoa o ajuste da sua mente a um grau desejado, pois pode-se alterar a polaridade dos níveis de pensamento, e, com isso, obter  um perfeito domínio ou controle sobre seus estados mentais. Do mesmo modo, é possível uma pessoa interferir, por indução, no estado mental de outra pessoa, fazendo vibrar nela um pensamento desejado. Entretanto, além de ser uma prática condenável, há que se considerar a questão cármica e do livre-arbítrio.
 
IV – O PRINCÍPIO DA POLARIDADE 

“Tudo é Duplo; tudo tem pólos; tudo tem o seu oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias-verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados.”        

 

Este Princípio encerra a verdade: “Tudo é duplo; tudo tem dois pólos; tudo tem seu oposto”. Ele explica que em tudo há dois pólos ou aspectos opostos, que são dois extremos da mesma coisa, diferindo apenas  em grau de variação. Como exemplo, temos calor e frio, ainda que opostos, são a mesma coisa (temperatura), e a diferença que há entre eles consiste simplesmente na variação de grau dessa mesma coisa: vibrações mais rápidas provocam maior temperatura, vibrações mais lentas menor temperatura. O mesmo ocorre entre a luz e a obscuridade, entre o grande e o pequeno, entre o perspicaz e o néscio , entre o positivo e o negativo, entre o amor e o ódio.

Amor e ódio são dois estados mentais aparentemente diferentes, mas, existem graus de ódio e de amor e um ponto intermediário em que um encobre o outro, ambos se tornam nulidade, nem um nem outro. Sendo simplesmente graus da mesma coisa, é possível mudar as vibrações de ódio em vibrações de amor, na própria mente de cada um de nós e nas mentes dos outros. Isso é possível praticando o exercício da Vontade. É pelo exercício da Vontade que os hermetistas utilizam a lei mental de neutralização. Eles não podem anular o princípio ou impedir as suas operações, mas aprenderam a anular os seus efeitos, neutralizando a oscilação rítmica que tenderia a arrastá-los ao outro polo.

A utilização da arte de “controlar a polaridade” é uma fase da “alquimia mental”. Por intermédio dela poderemos, por  exemplo, transformar: medo em coragem, preguiça em dinamismo, ódio em amor, julgamento em compreensão.

V – O PRINCÍPIO DO RITMO 

“Tudo tem fluxo e refluxo; tudo tem suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta por oscilações compensadas; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação.”                                                     

 

Este Princípio expressa a verdade que em tudo se manifesta um movimento para diante e para trás, para a direita e para a esquerda, um fluxo e um refluxo, uma maré alta e uma maré baixa, um movimento de atração e repulsão, um movimento semelhante ao pêndulo. Existe sempre uma ação e uma reação, um lado e o outro lado, uma subida e uma descida. É a oscilação rítmica entre os dois polos.

Esta lei se manifesta na criação e destruição dos mundos, elevação e queda das nações, na vida de todas as coisas e nos estados mentais do homem. Também aqui, o hermetista não pode anular o Princípio ou impedir suas operações, mas aprenderam a Lei mental de Neutralização, podendo assim neutralizar seus efeitos na própria pessoa e atingir um grau de equilíbrio e firmeza mental quase impossível de ser concebido pelas massas populares que oscilam para diante e para trás como um pêndulo. Nesse grau de equilíbrio e firmeza mental, o hermetista não se deixa levar pelo fluxo e refluxo do pêndulo mental.
 

VI – O PRINCÍPIO DE CAUSA E EFEITO 

“Toda a Causa tem seu Efeito, todo o Efeito tem sua Causa; tudo acontece de acordo com a Lei; o Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida; há muitos planos de causalidade, porém nada escapa à Lei.”.                                                            
 

Este Princípio expressa a verdade que há uma Causa para todo o Efeito e um Efeito para toda a Causa. Explica que nada acontece sem razão, não há nada casual e que Tudo acontece de acordo com a Lei. Existem planos superiores dominando os planos inferiores, nada podendo escapar completamente da Lei.

Este Princípio estabelece que o acaso não existe. O que denominamos acaso ou casualidade está relacionado a causas que não percebemos, não conhecemos ou não compreendemos.

A humanidade é vulnerável em seus desejos e vontades e acaba sendo levada pelos desejos e vontades dos outros que são mais fortes que os dela. Tanto a sugestão como causas exteriores movem-na a uma condição  submissa, a uma manipulação. Aqui se insere o fato de a cultura capitalista dominante e os meios de comunicação e publicidade comercial influenciarem na excessiva valorização material e nos modismos (hábitos, roupas, alimentação, ostentação quanto a bens materiais), influenciando inclusive nos desejos e na maneira de pensar sobre determinados assuntos e também naquilo que, de repente, passa, em determinados períodos, a ser pauta de comentários da maioria das pessoas.

Os Mestres, elevando-se ao plano superior, dominam o seu gênio, caráter, suas qualidades, poderes, e, de conduzidos, ou movidos por outras vontades e influências, transformam-se em condutores, podendo, assim, ajudar a governar o nosso plano.

VII – O PRINCÍPIO DO GÊNERO 

“O Gênero está em tudo; tudo tem o seu princípio masculino e o seu princípio feminino; o gênero se manifesta em todos planos.”                                  

 Este Princípio encerra a verdade que o gênero é manifestado em tudo; que o princípio masculino e o princípio feminino sempre estão em ação. Isto ocorre não só no plano físico, mas também nos planos mental e espiritual. No físico, este Princípio se manifesta como sexo; nos planos superiores toma formas superiores, mas é sempre o mesmo Princípio. Nenhuma criação, quer física, quer mental ou espiritual, é possível sem este Princípio. O  Princípio de Gênero opera sempre na direção da geração (plano físico), regeneração (plano mental) e criação (plano espiritual).

Todas as coisas e todas as pessoas contêm em si os dois elementos deste Princípio. Todas as coisas machos têm também o elemento feminino interiorizado; todas as coisas fêmeas têm o elemento masculino interiorizado. Entretanto, este Princípio não tem relação alguma com as teorias e práticas luxuriosas e degradantes, que nada mais são do que depravação. 

O Princípio de Gênero na Mente Humana – O Princípio masculino atua como emissor, e o feminino como acolhedor, receptor ou gerador de uma idéia. O princípio feminino acolhe e gera o germe da idéia projetada em seu mundo, dando-lhe vida.

Em relação ao funcionamento desse processo na mente humana, temos, como exemplo, algumas situações:  No hipnotismo, o condutor ou condutora (atuando com o princípio masculino da mente) emite a “sugestão” e o hipnotizado (com a “mente passiva” – princípio feminino da mente) acolhe a “sugestão” e lhe dá vida. Em outras situações, mesmo sem os aspectos formais do hipnotismo, ocorre cotidianamente a indução de idéias, muito mais do que se imagina. E, nesse sentido, é comum a maioria das pessoas assimilarem idéias de outros, sem ao menos refletir se existe um fundamento razoável, como por exemplo no caso de uma propaganda que “planta” uma idéia de consumo, ou no caso de um político que “vende” sua imagem, diferente da real, ao seu eleitor. Um outro exemplo da atuação do princípio do gênero masculino no plano mental é um ator ou atriz que faz rir ou chorar, enquanto o que se emociona ativa a vibração do princípio feminino da mente.

Fonte: Tres Iniciados O CAIBALION: estudo da filosofia do antigo egito e da grécia. ED Pensamento.
 

 


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